Sou do PDT de Darcy Ribeiro. Da pátria da mistura e da comunhão, do trabalho e da paz social, do progresso e da amizade. E, hoje, nos 44 anos do partido, é preciso reiterar a importância destes valores e, claro, apresentarmos soluções para os novos e crescentes desafios do país.
Durante o VI Congresso do Partido Democrático Trabalhista, em maio, na capital federal, que congregou lideranças nacionais, como o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, os ex-ministros Manoel Dias e Ciro Gomes, quatro vezes candidato à Presidência da República, deputados, senadores, prefeitos de todo o Brasil e, sobretudo, nossa aguerrida militância, muitas propostas foram debatidas. Nos organizamos em 12 Grupos de Trabalho para a discussão dos grandes problemas nacionais, consagrando nossas bandeiras históricas, mas com portas abertas para os debates da crise climática e do novo mundo do trabalho.
As teses apresentadas, marcadas pelo alto nível das argumentações e pela atualidade dos temas, são fundamentais para que nosso partido direcione, cada vez mais, o olhar para os problemas do futuro. Digo isso orgulhoso de nossa trajetória. Sempre fomos pioneiros. O primeiro Código de Águas do Brasil, que trouxe protagonismo à questão ambiental, é de 1934, instituído por decreto do presidente Getúlio Vargas. O presidente João Goulart, em 1963, promulgou no Brasil a Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher, adotada por ocasião da VII da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela consagra, entre outros direitos, o princípio da igualdade na participação política. Leonel Brizola, quando governador do Estado do Rio de Janeiro, nomeou seis gestores e intelectuais negros para o primeiro escalão do governo fluminense, entre eles, logo de cara, três secretários (Cel. Nazareth Cerqueira na Polícia Militar, Edialeda Nascimento na Promoção Social e Carlos Alberto Caó em Trabalho e Habitação).
Por isso, sempre fomos pioneiros na defesa de quem mais precisa, mesmo ao colocarmos as questões nacionais e de classe em primeiro plano. Somos os verdadeiros nacionalistas, defensores da soberania do Brasil, de sua autossuficiência econômica, de nossa cultura, valores e tradições. Também empunhamos a bandeira do trabalhismo, tradição surgida na Inglaterra, ressignificada no Rio Grande do Sul e que encontrou nas teses de pacto entre capital e trabalho mediado pelo Estado sua versão mais assertiva nas concepções de Alberto Pasqualini, grande teórico do trabalhismo, e no presidente Vargas, pai do Brasil moderno.
Filiado ao PDT desde o movimento estudantil, há quase 30 anos, não me canso de me orgulhar. E, caminhando pelas ruas do Rio, conversando com a nossa gente, vejo materializadas as crenças de Darcy as quais sempre abracei e reforçadas minhas esperanças no futuro. É muito bom estar do lado certo da História e com os olhos voltados para o futuro. Parabéns, PDT!
Publicado originalmente: https://revistaforum.com.br/debates/2024/5/28/nos-44-anos-do-pdt-os-novos-desafios-do-trabalhismo-por-everton-gomes-159617.html